Durante séculos, os alunos que apresentavam algum tipo de deficiência eram postos à margem da escola e da sociedade, na maioria das vezes, estas pessoas eram vistas como incapazes. A busca pela igualdade de direitos no que se refere à educação e participação social aconteceu principalmente na década de 1990 e início do século XXI. Nesse contexto, a Educação no Brasil, a partir de 1996, busca através de seu currículo o processo de inclusão de todos. As pessoas surdas também foram incluídas neste grupo, embora atualmente estas sejam vistas não como deficientes e sim como um grupo de pessoas que pertence a uma minoria linguística.
A escola é um dos espaços onde os seres humanos podem se libertar e inserir-se na sociedade a partir do conhecimento, contudo, nem todas as crianças têm esse direito garantido. As crianças surdas divergem do padrão da sociedade, porque utiliza uma língua visual espacial e não a língua das crianças “ditas normais”. As crianças surdas na maioria das vezes são excluídas antes de entrar na escola e quando entram, são rotuladas pelo preconceito e discriminação devido à diferença na comunicação.
A Escola AAVIDA busca garantir ao aluno surdo, em primeiro lugar, a construção da sua língua materna, a LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais, com o objetivo de contribuir para a construção da sua identidade e cultura; em segundo lugar tem o objetivo de ensinar o português como segunda língua, garantindo assim a participação do surdo na sociedade em igualdade de condições.
A pessoa surda deverá ter acesso a LIBRAS na mais tenra idade propiciando assim um desenvolvimento cognitivo normal e natural à mesma; o ser humano somente tem acesso ao conhecimento pela linguagem; a maioria das pessoas surdas desenvolve linguagem tardiamente o que pode provocar danos irreversíveis ao seu desenvolvimento cognitivo e social.
A Escola AAVIDA atenta a essa condição atende crianças a partir de um ano de idade para que estas possam crescer, amadurecer e desenvolver-se integralmente como as crianças “normais”.
Pensar e fazer uma escola com intenções e objetivos diferentes do que tem sido oferecido nas escolas comuns, que vêem o aluno surdo como uma pessoa que simplesmente não escuta, a Escola para Surdos AAVIDA trabalha com estratégias e metodologias baseadas em uma filosofia bilíngue que enxerga a pessoa surda como alguém que faz parte de uma minoria linguística e que, portanto, tem direito a uma educação que respeite a sua diferença.
Conhecer a Escola AAVIDA é essencial para toda a sociedade divinopolitana e da região; somente a partir do conhecimento deste espaço é que todas as pessoas poderão contribuir para a construção de uma escola cada dia mais capaz de realizar os seus objetivos: transformar a vida de pessoas surdas e ouvintes por meio do conhecimento. E lembre-se, Divinópolis é a única cidade da região que possui uma escola para Surdos, isso faz toda a diferença para a nossa cidade.
Geralda Ferreira
Supervisora Pedagógica
13/06/17